O Ashtanga Yoga de Pātañjali

2 12 2011

O sistema conhecido Ashtanga Yoga de Pātañjali é a uma das bases para compreendermos o Yoga. O termo ashtanga vem da junção de duas palavras de origem sânscrita: ashta e anga. Ashta significa oito e anga significa parte ou membro. Sendo assim, Ashtanga Yoga é o Yoga das oito partes ou oito membros. Foi a partir do sábio Pātañjali e da sua obra Yoga Sūtra, que o Yoga passou a integrar as seis escolas ortodoxas (ou filosóficas) da tradição do Hinduísmo. Existem muitas divergências em relação à data de composição do Yoga Sūtra, porém a data mais aceita gira em torno do séc. III a.C.

O Yoga Sūtra contém apenas 196 aforismos e é divididos em 4 capítulos. Pode parecer um número pequeno de frases para uma escritura de valor tão importante, por outro lado, a riqueza e complexidade intrínsecas nos aforismos são de valores e sabedoria infindáveis. Toda a compreensão das etapas do sādhana (prática espiritual do Yoga) estão presentes nos sūtras. Desde a compreensão de todo o complexo mental, passando por ensinamentos físicos e metafísicos. Alguns sūtras são de relativa rápida compreensão, porém a grande maioria é extremante complexa de ser compreendido sob a forma autodidata ou não iniciática. Ter uma rápida compreensão de algum sūtra não significa compreender a essência real do sūtra. Por isso a importância de se manter a tradição de mestre-discípulo para não cometemos erros oriundos da interpretação pessoal.

As oitos partes do Ashtanga Yoga

1-Yama: proscrições éticas

2- Niyama: prescrições éticas

3- Āsana: posturas

4- Prānāyāma: exercícios respiratórios para a ampliação da energia

5- pratyahara: retração dos sentidos

6- Dhārana: concentração

7- Dhyāna: meditação

8- Samādhi: iluminação

Yama e niyama contém 10 pontos éticos. Yamas é constituído por cinco pontos: āhimsa (não agressão), satya (veracidade), asteya (não roubar), brahmācharya (controle sobre os sentidos) e aparigraha (não possessividade). Niyama consiste nos outros cinco: shauchan (limpeza), santosha (contentamento), tapas (auto-superação), svādhyāya (auto estudo) e īshvara pranidhāna (entrega a Deus).

Deveríamos pensar as oitos partes como degraus de uma escada na qual devemos subir degrau após degrau. Devemos estar totalmente conscientes do nosso momento atual, estar consciente que a subida de cada degraus é um processo retilíneo e tentar não estar apegar na idéia do que será o próximo passo.  Quando fazemos isso tiramos o foco do tempo presente.

Uma das idéias de Yama e Niyama é promover uma reflexão sobre como estamos levando a própria vida e como estão os nossos pensamentos e ações. Uma reflexão feita de maneira verdadeira já promoverá mudanças no caráter e no coração. Estando absorvidos com a essência dessas observâncias éticas é que começamos a pensar no corpo (postura), prática de prānāyāmas, começar as vivenciar os primeiros passos para a concentração (pratyahara), aprender a focar a mente e obter boa concentração e assim tentar desfrutar de uma experiência de meditação. Nos sūtras não existem descrições de āsanas como em outras escrituras modernas (Hatha Yoga Pradipika, Gheranda Samhita etc), portanto, subentende-se que āsana tenha o sentido de dhyānāsana (postura que prepara para prānāyāmas e meditação).  Essa breve explicação constitui o sistema chamado de Ashtanga Yoga.

Jay Pātañjali Om namah Guruji – abraços Daniel Nodari Mahadev


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